Bispo de Bragança-Miranda lembra que Francisco procurava a proximidade
- 21/04/2025
Em comunicado, Nuno Almeida sublinhou que o Papa Francisco "irradiava vida e serenidade" e testemunhava, em privado e em público, harmonia entre o pensar, sentir, falar e agir.
"Intuíamos que os seus pensamentos, sentimentos, palavras e ações estavam em harmonia e da sua pessoa transparecia simplicidade e autenticidade numa palavra: congruência", frisou.
Dizendo que não se cansava de alertar de quanto seja "perigoso viver no reino somente da palavra, da imagem e do sofisma", o bispo salientou que quem acompanhou com alguma atenção os gestos e palavras do Papa Francisco apercebeu-se sempre que procurava cultivar, por todos os meios, a proximidade.
E acrescentou: "Para ele não se tratava somente de um conceito ou de gestos esporádicos, mas de um modo de ser e de exercitar o seu ministério".
Segundo o bispo de Bragança-Miranda, o Papa gostava do contacto direto com as pessoas, sobretudo com os mais vulneráveis ou frágeis, sendo essa uma prioridade do seu ministério.
Com um magistério feito de palavras, de gestos e de um estilo novo, o Papa Francisco desencadeou "a originária energia evangélica e desafiou à conversão e à reforma", ressalvou.
"Ele não hesitou até em transgredir a rígida legalidade religiosa e ritual hebraica para ir ao encontro, em cada circunstância e ambiente, de quem tinha necessidade de cura, alívio, ajuda, consolação e de esperança", ressalvou.
Nuno Almeida recordou ainda que o Papa Francisco não se cansou de alertar para a necessidade de remover preconceitos seculares e inconscientes.
"Convidou-nos a tomar consciência e a vencer a intolerância que habita as nossas mentes e os nossos corações", sustentou.
O Papa Francisco morreu hoje aos 88 anos, após 12 anos de um pontificado marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia. Nascido em Buenos Aires, a 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta a chegar à liderança da Igreja Católica.
O papa Francisco esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março. A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer.
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