"Governar é para quem tem responsabilidade e não impulsividade"
- 15/04/2025
O presidente do PSD, Luís Montenegro, afirmou hoje que "não coloca uma máscara" devido às eleições e defendeu que governar é para quem tem "sentido de responsabilidade" e não para quem toma decisões por impulso.
"Governar é para quem tem, creio eu, sentido de responsabilidade. Para quem não tem impulsividade e tem de andar a dizer e desdizer as coisas muitas vezes porque se precipita. Nós não somos dessa escola. Somos da escola da responsabilidade", afirmou.
O também primeiro-ministro falava no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, na apresentação da candidatura da coligação PSD/CDS-PP/PPM pelos Açores, o único círculo onde os três partidos concorrem juntos às eleições legislativas de 18 de maio.
Antes, Montenegro lembrou que o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, "veio a correr" exigir uma intervenção do Governo em janeiro durante o aumento do preço dos combustíveis para defender que é necessário existir "responsabilidade" na governação.
"Já viram a diferença de quem, à primeira e mínima oscilação, ia logo a correr resolver tudo, ia logo a correr fazer uma alteração, e quem tem a serenidade para ver a tendência?", questionou, numa alusão à descida dos preços dos combustíveis ocorrida nos últimos dias.
O presidente do PSD garantiu que "não é daqueles que põem máscaras para parecer na campanha eleitoral" aquilo que "nunca foi antes".
"A nossa postura de respeito e humildade democrática é conhecida. Não mudou nas últimas semanas. Nós não nos transfigurámos agora porque vai haver eleições. Nós falamos da mesma maneira. Nós sorrimos da mesma maneira", sublinhou.
O primeiro-ministro enalteceu a atuação do seu governo ao lembrar a "valorização de 19 carreiras na administração pública" e a redução dos impostos, sinalizando que a baixa fiscal não foi realizada para "agradar às pessoas ou ganhar eleições", mas para "tornar o país mais produtivo".
"Fomos capazes de fazer isso em 11 meses. Seremos capazes de fazer muito mais em 48 meses", prometeu.
Montenegro criticou a herança deixada pelos anteriores governos do PS nas áreas da saúde, habitação e educação, considerando que o país "não pode voltar às receitas do antigamente".
"Sabemos que há uma conjuntura internacional que traz incerteza e ameaça, mas nós preparámos o país para isso. O país está preparado. Não pode é mudar de rumo", insistiu.
O líder do PSD acusou, também, os deputados do PS eleitos pelos Açores, Francisco César e Sérgio Ávila, de terem passado a legislatura "preocupados com jogos de partidarite".
Montenegro defendeu ainda que o Chega "não mereceu a oportunidade" dada pelos açorianos nas últimas eleições com a eleição de Miguel Arruda.
Na ocasião, o cabeça de lista pelos Açores, Paulo Moniz, considerou que "finalmente existe um governo da República amigo" da região, exemplificando com a substituição dos cabos submarinos e os apoios aos estragos do furacão Lorenzo.
O candidato e atual deputado na República criticou, contudo, a imposição de um teto máximo de 600 euros no subsídio de mobilidade.
Já o presidente do PSD/Açores e do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, defendeu a importância de rever a Lei de Finanças Regionais e elogiou o "reformismo" de Luis Montenegro.
"Um primeiro-ministro que fica história por em tão pouco tempo ter tido a capacidade de reformar o país", elogiou.
Nas eleições de março de 2024, a coligação PSD/CDS-PP/PPM venceu no círculo eleitoral dos Açores, com 39,84% dos votos dos 106.273 eleitores, elegendo dois deputados, seguindo-se o PS, com 29,18% e dois deputados, e o Chega com 15,76% dos votos, com um deputado (Miguel Arruda, que passou a independente por suspeita do furto de malas em aeroportos).
[Notícia atualizada às 22h19]
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